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MUSEU IMPERIAL PETRÓPOLIS: A HISTÓRIA VIVA DO BRASIL

MUSEU IMPERIAL PETRÓPOLIS: A HISTÓRIA VIVA DO BRASIL

O Museu Imperial de Petrópolis no centro histórico de Petrópolis, Rio de Janeiro, Brasil, é um museu extraordinário. Está instalado no Paço Imperial de Petrópolis, antiga residência de verão do imperador Pedro II (reinado de 1831 a 1889), construído a partir de 1845.

O museu inclui o próprio palácio, peças do passado monárquico do Brasil e uma sala de exposições temporárias dedicado à arte contemporânea. É um dos museus mais visitados e foi eleito o melhor museu do país.

História do Museu Imperial

O Imperador Pedro II e a Imperatriz Teresa Cristina no jardim do Palácio em 1888.
Em 1822, o Imperador Pedro I, em viagem a Vila Rica, Minas Gerais, em busca de apoio para o movimento de independência do Brasil, encantou-se com a Mata Atlântica e o clima temperado de a região montanhosa. Ficou na fazenda do Padre Correia e até fez oferta para comprá-la. Diante da recusa do proprietário, Pedro comprou a propriedade Córrego Seco em 1830, pensando em transformá-la um dia no Palácio de la Concordia.

Após sua abdicação e sua partida para Portugal, a propriedade foi deixada para seu filho, o imperador D. Pedro II, que ali construiria sua residência de verão preferida.

A mando de Pedro II, o belo edifício foi construído com estilo neoclássico a partir de 1845 e concluído em 1862. No início da construção, Pedro II assinou um decreto em 16 de março de 1843, fundando a cidade de Petrópolis. Um grande contingente de imigrantes, principalmente alemães e de toda Europa, sob o comando do engenheiro major Julius Friedrich Koeler, superintendente do Tesouro Imperial, foi encarregado de erguer a cidade, construir o belíssimo palácio imperial e colonizar a região.

Construída com recursos de doação pessoal do imperador, a edificação teve projeto original traçado pelo próprio Koeler e, após sua morte, foi modificada por Cristoforo Bonini, que acrescentou ao corpo central o pórtico de granito. Para finalizar a obra, foram contratados importantes arquitetos ligados à Academia Imperial de Belas Artes: Joaquim Cândido Guillobel e José Maria Jacinto Rebelo, com a colaboração de Manuel de Araújo Porto Alegre na decoração.

O complexo foi enriquecido, ainda na década de 1850, com o jardim planejado e executado pelo paisagista Jean-Baptiste Binot, sob a direção do jovem imperador. O piso do saguão, em mármore de Carrara e mármore preto da Bélgica, foi colocado em 1854, e os pisos e esquadrias em madeiras nobres, como jacarandá, cedro, pau-cetim, rosa e vinheta, das diversas províncias do Império.

Os estuques dos refeitórios, salas de música, visitas da Imperatriz, estado e quarto de suas majestades contribuem para dar graça e beleza aos ambientes do Palácio, um dos mais importantes monumentos arquitetônicos do Brasil.

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Quando foi lançada a primeira pedra, foi nivelada a área, que ficou conhecida como “Morro da Santa Cruz”, para dar início às obras, todas financiadas pela reitoria da Casa Imperial, conforme disse Pedro II em seu particular. propriedade, o dinheiro do estado não deve ser usado.

Na planta de Petrópolis, feita por Koeler, o local do palácio é indicado em um quadrilátero entre a Calle Emperador e a Calle Emperatriz. Existiram ainda outras edificações no mesmo terreno, cuja identificação é impossível de fazer. O trabalho começou na ala direita do palácio e as fundações vieram de uma pedreira próxima. ​​Para “puxar terra, pedra e madeira” usavam os bois. Logo após continuavam na ala esquerda os trabalhos (que depois foi arrumada pois ficou mais larga que o outro lado) do Sobrado, onde estavam prontas as entradas principais do palácio, bem como os quartos. Os quartos foram mobiliados e decorados com belos estuques e móveis.

Os jardins do Museu Imperial Petrópolis

O jardim do portão principal do palácio sob a direção pessoal do imperador que os jardins que cercam o palácio foram desenhados por Jean Baptiste Binot, um paisagista parisiense em 1854.

Com cerca de 100 espécies de árvores e flores, de mais de mais de 15 regiões do mundo (México, Japão, Argentina, Índia, Equador, China, Austrália, Madagascar, entre outras) e grama francesa, os jardins ainda mantêm as linhas da paisagem, tanto em relação aos canteiros quanto na disposição dos espécies de plantas.

A cintura verde que envolve o Palácio apresenta árvores exóticas como bananeiras e incensos de Madagáscar, flores como camélias, jasmim, manacás e flores imperiais. Como complemento, pedestais de granito onde foram colocados bustos de figuras mitológicas, ganhou ainda três chafarizes e quatro chafarizes. Entre elas, a Fuente de la Rana, de onde os habitantes tiravam água, acreditando ser de melhor qualidade.

O primeiro projeto apresentado foi de Glaziou, este paisagista oficial do Imperador, que projetou os jardins da Quinta da Boa Vista e vários outros parques, mas foi rejeitado. Os jardins foram desenhados por Binot, também francês. Ainda é possível observar o traçado primitivo dos jardins, desde pandalos africanos, palmeiras australianas, incensos, entre outros. Os jardins foram alterados e diminuídos ao longo do tempo, mas ainda podem ser vistos e apreciados.

Era republicana

Com o golpe de proclamação da república, em 15 de novembro de 1889, a Família Imperial foi banida e exilada na Europa. Em dezembro do mesmo ano, a imperatriz Teresa Cristina morreu em Portugal e, dois anos depois, em 1891, o imperador Pedro II morreu em Paris. Entre 1893 e 1908, Isabel, Princesa Imperial do Brasil, como única herdeira, alugou o Palácio Petrópolis ao Colégio Notre Dame de Sion.

Então, entre 1909 e 1939, funcionou no prédio o Colégio São Vicente de Paulo. Naquela época, muitos dos móveis e outros objetos foram desapropriados ou vendidos. Em São Vicente de Paulo dedicou a sua vida à História: Alcindo de Azevedo Sodré. Graças a ele, que desde criança sonhava em transformar sua escola em um museu histórico, o presidente Getúlio Vargas criou, em 29 de março de 1940, por meio do Decreto-Lei nº 2.096, o Museu Imperial.

A partir daí, uma equipa técnica liderada pelo próprio Sodré, que viria a ser o primeiro diretor do Museu, estudou a história do edifício e localizou peças pertencentes à Família Imperial em diferentes palácios, para ilustrar o século XIX e o quotidiano dia dos membros da Casa Brasileira de Bragança. Colecionadores nacionais de renome apoiaram o projeto, doando objetos com muito valor e interesse histórico e artístico. 

Como resultado, o Museu Imperial foi inaugurado em 16 de março de 1943, com um importante acervo de peças relacionadas ao período imperial brasileiro, com cerimônia que contou com a presença de membros da Família Imperial. Ao longo das últimas sete décadas, acumulou importantes acervos documentais, acervos bibliográficos (muitos do Château d’Eu ) e objetos graças às generosas doações de centenas de cidadãos, totalizando um acervo de quase 300.000 itens. Grande parte da decoração interna ainda é preservada, como pisos de pedras nobres, estuques, lustres e móveis, reconstruindo os ambientes.

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Coleção do Museu

O acervo do museu, hoje na rua da Imperatriz 220, centro petrópolis, RJ, é composto por peças ligadas à monarquia brasileira, incluindo móveis, documentos, obras de arte e objetos pessoais de membros da Família Imperial. Na coleção de pintura, destacam-se a “Fala do Trono” de Pedro Américo, que representa o Imperador D. Pedro II na inauguração da Assembleia Geral, e o último retrato do Imperador D. Pedro I, pintado por Simplício Rodrigues de Sá.

De particular importância são as joias imperiais, com a coroa de D. Pedro II, criada por Carlos Marín especialmente para a consagração e coroação do jovem imperador, então com 15 anos, e a coroa de D. Pedro I, além de várias outras raras e preciosas peças. , como a abóbada de ouro-bronze e porcelana que o rei da França Luís Filipe I ofereceu a seu filho Francisco, príncipe de Joinville, por ocasião de seu casamento com a princesa Francisca do Brasil; o colar de ouro, esmeraldas e rubis com a insígnia do Império que pertenceu à Imperatriz Leopoldina, e o colar de ametistas de Domitila de Castro, Marquesa de Santos, presente de Pedro I.

A coleção é distribuída nas seguintes principais áreas:

Música, salas de jantar, com rico conjunto de móveis assinados por F. Léger Jeanselme Père & Fils, e louças.
Music Hall, que preserva instrumentos como uma harpa dourada de Pleyel Wolff, um saltério carioca do século XVIII e o piano Broadwood de fabricação inglesa, que segundo a tradição pertenceu ao imperador Pedro I, e a espineta que foi elaborada em forma pessoal por Mathias Bosten em 1788, por isso é a única no mundo feita pelo autor. Complete a sala com móveis revestidos em jacarandá.
State Hall, o mais importante do palácio, onde Dom Pedro II recebia as visitas oficiais. O trono, originalmente no Palácio da Quinta da Boa Vista, só mais tarde veio para o Museu Imperial, juntamente com objetos ornamentais como vasos, porcelanas de Sèvres, consoles e espelhos decorados.

Ofício do Imperador Pedro II, onde o Imperador passava a maior parte do dia entre instrumentos científicos e livros. Lá guarda, entre outros objetos, sua janela, o primeiro telefone do Brasil, que trouxe dos Estados Unidos, sua chaise longue e vários retratos pintados de sua família.
Conserva das Princesas, conservando os aposentos originais ocupados pelas Princesas Isabel e Leopoldina, com mobiliário ao gosto de D. José I de Portugal.
Salón de la Emperatriz, onde Teresa Cristina recebia as amigas em privado, para conversas e sessões de bordados, com o mobiliário correspondente.
Biblioteca
A rica biblioteca do Museu Imperial preserva um importante acervo bibliográfico com cerca de 50 mil volumes, especializado em História (principalmente do Brasil no período Imperial), História de Petrópolis e Artes em geral.

A seção Obras Raras apresenta preciosidades como edições dos séculos XVI a XIX, periódicos, partituras, iluminuras, manuscritos, ex-libris, relatórios de províncias e ministérios e uma coleção de Leis do Império totalizando cerca de 8.000 volumes. Destas peças, várias pertenceram à Família Imperial e vêm com notas manuscritas, encadernações de luxo e ilustrações.

Também é importante a seção de livros de viajantes estrangeiros que passaram pelo Brasil nos séculos XVIII e XIX, documentando diversos aspectos da vida social e da paisagem natural brasileira da época, com muitas obras desde Louis Agassiz, Charles Darwin, Spix, Jean-Baptiste Debret, Rugendas, Augustin Saint-Hilaire, Maria Graham, Henry Koster até Martius.

Arquivo histórico

O museu possui um acervo de mais de 250.000 documentos originais que datam do século XIII e remontam ao século XX. Especialmente interessante é o acervo de fotografias que documentam a história e a evolução dos aspectos urbanísticos e paisagísticos do estado do Rio de Janeiro e da cidade de Petrópolis.

Diversas coleções particulares enriquecem esta seção, como João Lustosa da Cunha Paranaguá, 2º Marquês de Paranaguá; a de Ambrósio Leitão da Cunha, Barão Mamoré; a Coleção Barral-Monteferrat, com a correspondência entre o Imperador Pedro II e a Condessa de Barral; o importante Arquivo da Casa Imperial Brasileira, e vários outros.

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