Você está familiarizado com o farneseno? Embora a maioria dos consumidores da cannabis não estejam familiarizados ainda com este terpeno, ele está pronto a ser muito reconhecido, então confira antes aqui seus benefícios. Algumas da nova genética híbrida F1 contêm concentrações muito altas deste composto frutado e terroso, e estudos recentes estão mostrando seu impressionante potencial clínico.
Se já conhece sobre limoneno, mirceno e pineno, agora vamos falar do farneseno. Este terpeno pouco conhecido é frequentemente negligenciado quando se discute sobre compostos de canábis, mas ele contribui com um aroma e sabor muito característicos para muitas cepas de cânhamo e de cana no Brasil.
A matéria prima, que é a maconha, contém mais de 400 compostos químicos ainda não estudados na maioria, então é natural que alguns deles recebam mais atenção do que outros. A maioria dos usuários de maconha conhecem os terpenos que se tornaram mais conhecidos ao estar presentes em altas concentrações. Outros, como o farneseno, são encontrados apenas em pequenas quantidades. No entanto, algumas cepas contêm quantidades suficientes deste terpeno para influenciar grandemente seus sabores e aromas.
Então, como exatamente o farneseno tem cheiro e sabor, ele contribui para o efeito de comitiva e como ele funciona no corpo? Descubra as respostas a estas perguntas e muito mais abaixo.
Os terpenos são o maior grupo de moléculas que ocorrem naturalmente; pesquisadores identificaram mais de 30.000 até hoje. Como compostos aromáticos voláteis, eles são responsáveis pelos odores únicos de certas plantas. Eles são a base para as nuances reconhecíveis de laranjas, pinheiros, lúpulo, caldo de cana, alecrim e, é claro, canábis.
Os terpenos pertencem à categoria dos metabólitos secundários. Eles não estão envolvidos no desenvolvimento ou reprodução de plantas, mas desempenham um importante papel defensivo. Estes produtos químicos ajudam a afastar pragas de insetos e herbívoros, e protegem as plantas dos raios UV. Algumas também atuam como moléculas de sinalização entre diferentes plantas, ajudando a estimular os sistemas imunológicos das espécies vizinhas.
A maconha contém mais de 150 terpenos. Estes produtos químicos são divididos em dois grupos principais: terpenos e terpenóides. Os terpenos são exclusivamente hidrocarbonetos (consistindo apenas de hidrogênio e carbono), enquanto os terpenóides têm outros grupos funcionais. Todos os terpenóides são terpenóides, mas nem todos os terpenóides são terpenóides.
Os terpenos são compostos de subunidades chamadas unidades de isopreno. O número de unidades de isopreno em um terpeno determina a categoria química à qual ele pertence. Unidades individuais de isopreno, conhecidas como hemiterpenos, contêm cinco átomos de carbono; monoterpenos são compostos de duas unidades de isopreno e contêm 10 átomos de carbono; diterpenos são compostos de quatro unidades de isopreno e portanto contêm vinte átomos de carbono, e assim por diante.
Como outros terpenos de canábis, o farneseno pode ocorrer em diferentes formas. Em geral, este termo se refere a seis entidades químicas diferentes, como α-farnesene e β-farnesene. Sendo isômeros, estas moléculas contêm o mesmo número de átomos de cada elemento; entretanto, elas estão dispostas de maneiras diferentes.
Neste caso, α-farneseno e β-farneseno diferem apenas na localização de uma ligação dupla de carbono. Ambas as moléculas são sesquiterpenos, ou seja, elas contêm três unidades de isopreno e 15 átomos de carbono.
Pesquisas indicam que o farneseno tem um papel protetor contra certos insetos, especialmente pulgões. Estas pequenas criaturas produzem e usam o terpeno como um sinal de alerta para avisar um ao outro que os predadores estão por perto. O cheiro do farneseno não só repele pulgões, mas também atrai insetos benéficos com seu odor.
A que cheira o farneseno?
Cheira a maçãs! Não apenas qualquer maçã, mas aquelas maçãs crocantes e estaladiças no seu auge. A produção de farneseno é feita em altas concentrações dentro da casca das maçãs verdes, e é responsável pelo cheiro fresco e frutado que permeia o ar após morder a fruta. As cepas de maconha ricas em farneseno emitem um aroma sutil, mas distinto, de maçãs e outras frutas.
O farneseno também contribui para o aroma complexo de outras plantas, como por exemplo:
Como você pode imaginar, o farneseno traz notas de maçã para os botões de canábis que produzem níveis relativamente altos deste terpeno. No entanto, o sabor desta fruta não descreve com precisão a experiência completa. Este composto oferece um perfil aromático complexo que também apresenta notas cítricas, lenhosas e terrosas.
Os vaporizadores modernos oferecem controles flexíveis de temperatura, e muitos deles permitem que você ajuste a temperatura em incrementos de 1°C. Isto dá ao consumidor a liberdade de aquecer sua erva para os diferentes pontos de ebulição de fitoquímicos específicos, tais como canabinóides e terpenos. A capacidade de personalizar cada sopro proporciona uma experiência mais individual do que fumar charros ou bongos (embora muitos entusiastas da cannabis ainda prefiram estes métodos mais clássicos).
Para desfrutar do farneseno você precisa ajustar seu aparelho para 124°C no mínimo. A esta temperatura você também será capaz de vaporizar THCA, beta-caryophyllene e CBDA.
Se você estiver procurando por maconha rica em farneseno, tente o seguinte:
A maioria das pessoas que usam maconha já ouviram falar do efeito de comitiva. Seguindo essa teoria, os componentes da maconha em grande quantidade (não apenas canabinóides) trabalham juntos para produzir os efeitos únicos de cada variedade. Até agora, nenhum estudo analisou os efeitos sinérgicos do farneseno com outros canabinóides, terpenos e fitoquímicos da maconha.
Vários terpenos e canabinóides mostram algumas evidências para a existência do efeito de comitiva. Pesquisas futuras podem confirmar que o farneseno amplifica os efeitos de outros compostos de maconha.
O que exatamente o farneseno faz no corpo, e esta molécula oferece algum benefício aos usuários recreativos e holísticos de maconha? No momento, a pesquisa sobre este tópico é prematura, esparsa e inconclusiva. No entanto, estudos celulares e animais indicam o que pesquisas futuras podem revelar. Estas descobertas incluem:
Ação neuroprotetora: um artigo de 2021 publicado no International Journal of Neuroscience documenta um estudo sobre o farneseno em um modelo celular da doença de Alzheimer. Os pesquisadores estavam procurando evidências de neuroproteção contra β-amilóide toxicidade (uma proteína associada à patofisiologia do Alzheimer).
Ação antifúngica: Pesquisadores nos EUA e na Índia, numa espécie de “joint venture” examinaram o efeito do farneseno e outros terpenos sobre o fungo Candida albicans. Esta levedura patogênica é parte do microbioma, mas às vezes cresce fora de controle e causa sintomas como problemas digestivos e fadiga. Esta equipe de pesquisa quis testar se o terpeno é capaz de suprimir o crescimento e a morfogênese do biofilme.
Ação anti-inflamatória: ajuda a combater a inflamação crônica, contribui para vários problemas de quem padece isso cronicamente. Um estudo publicado no Journal of Essential Oil Bearing Plants procurou avaliar as propriedades anti-inflamatórias do óleo essencial Valeriana jatamansi, do qual o farneseno é uma parte importante a fim de estudar a possibilidade de uma escala industrial.
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